Na 26ª reunião do
Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que está a
decorrer esta semana em Genebra, acaba de ser aprovada uma resolução que cria
um Grupo de Trabalho para elaborar uma proposta de instrumento legal que
obrigue as multinacionais e outras empresas a respeitar os direitos humanos.
Leia o texto da
resolução aqui e veja em baixo o quadro da votação.
Conhecendo a impunidade
com que muitas das grandes empresas actuam face aos trabalhadores e aos recursos
naturais das regiões mais frágeis e desprotegidas do globo, competiria a uma
Europa que se apregoa paladina universal dos direitos apoiar esta iniciativa.
Porém, não foi o que aconteceu. Mais uma vez, a voz dos "mercados"
falou mais alto e a UE encorajou os seus membros a oporem-se. Áustria,
República Checa, Estónia, França, Irlanda, Itália, Roménia e Reino Unido (os
Estados-Membros da UE que pertencem a este Conselho) todos votaram contra. Mas
a resolução foi aprovada, com 20 votos a favor, 14 contra e 13 abstenções.
As vítimas das multinacionais devem estar agradecidas sobretudo ao Equador e à África do Sul pela apresentação da proposta e pelos esforços realizados para a sua aprovação. E devem pedir contas aos governantes que representam os grandes interesses económicos contra os seus próprios povos e contra os outros povos do mundo.