25 de Abril em Gaia: E eu, que bandeira vou levar?



No dia 25 de Abril, cinquentenário da Revolução, vou estar às 13h em frente à Câmara de Gaia para a grande manifestação.

E, como é sugerido no convite dos organizadores, vou levar uma bandeira. Mas, sabem uma coisa? Acontecimentos recentes no Parlamento deram-me uma vontade enorme (talvez anacrónica, reconheço) de levar esta bandeira.


Valerá a pena explicar porquê e espero que memórias tão antigas não contenham imprecisões. 


É que fará em breve cinquenta anos que andava eu, neste mesmo local de Gaia onde começa a manifestação, a recolher assinaturas para legalizar este partido.


No dia 21 de Março de 1976, no 2º Congresso, fui eleito para a direcção nacional. Fomos chamados ao palco com o anúncio dos resultados da eleição; entre os novos dirigentes que subiram comigo ao palco estava o Maximino Barbosa de Sousa, o padre Max.


Menos de duas semanas depois, a 2 de Abril, a Assembleia Constituinte aprovava a Constituição, a magnífica Constituição da nova democracia, uma derrota histórica das forças reaccionárias, o enterro formal do fascismo. E foi nesse dia de profunda alegria democrática que uma organização terrorista chamada MDLP fez explodir o padre Max e a camarada Maria de Lurdes Correia dentro do carro, perto de Vila Real.


Estou certo de que percebem que, com a eleição de um dos dirigentes máximos do MDLP para a vice-presidência da Assembleia da República, me tenha dado esta vontade súbita de marchar neste 25 de Abril com a bandeira que era a do Max e da Maria de Lurdes.

As comemorações do cinquentenário são também um momento de lembrar a história.




Quarta-feira, 20 de Março, 17h30: sessão "Como foi o 25 de Abril na FEUP?"

 📅 20/03 🕒 17h30 📍 Auditório José Marques dos Santos (FEUP) 


Branca Gonçalves, Manuel Matos Fernandes e Renato Soeiro 






[do site da FEUP:]

"A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto inicia no dia 20 de março no seu auditório um ano de programação cultural dedicado às comemorações do 50º aniversário do 25 de abril de 1974. 

Sob o mote “As Equações da Liberdade”, o Comissariado Cultural da FEUP reuniu uma comissão interna para o efeito e propõe um conjunto de atividades que inclui debates, concertos, teatro e exposições. O programa pretende evocar a memória do período de resistência, celebrando em simultâneo as conquistas e valores de Abril. 

A proposta que marca o arranque destas atividades é uma conversa, a primeira de um ciclo que ao longo do ano reunirá personalidades da cultura, política, ciência e jornalismo para celebrar 50 anos de democracia, e acontece já na próxima quarta-feira às 17:30. É parte integrante do Clube de Leitura e contará com três convidados de relevo, sendo pontuada com um momento musical no final da sessão. 

Como foi vivido o dia 25 de Abril na FEUP? O que sentiam os estudantes e trabalhadores antes da revolução? Quais foram as reivindicações conquistadas na FEUP? 

Estas são algumas das perguntas que servem de mote para a primeira conversa deste ciclo, que lança também o ano de comemorações. Vamos tentar entender como foi o fim da ditadura, a revolução e o PREC na FEUP, a partir dos testemunhos de quem os viveu: Branca Gonçalves, licenciada em Engenharia Químico Industrial, era trabalhadora da FEUP; Manuel Matos Fernandes, na altura estudante do 4º ano de Engenharia Civil e dirigente associativo; Renato Soeiro, estudante de Engenharia Civil, membro da direção da Associação de Estudantes, atividade que levou a que fosse suspenso e proibido de frequentar qualquer Universidade do país e colónias."