Uma esmolinha para a TSU…




As empresas não aguentam o aumento do Salário Mínimo Nacional, ou melhor, só aguentam se tiverem uma ajudinha do Estado.

Concretizando, para o tal exemplo - tão usado nos discursos - de uma micro empresa com três empregados, todos a salário mínimo, em que o encargo mensal com estes três trabalhadores é superior a dois mil euros (com desconto ou sem desconto), ela consegue aguentar o aumento do SMN se o Estado lhe der 21 euros por mês, sem isso não aguenta.

Estamos a falar de 70 cêntimos por dia para o total dos três trabalhadores (menos um café podia resolver o problema), o que torna bastante pouco credível o argumento. Que eu tenha reparado, ainda não foi apresentado um único exemplo de uma empresa concreta que mostre, com as suas contas, a impossibilidade de executar a medida, o que seria talvez uma boa maneira de alguém entender o que realmente se passa no terreno.

Se pensarmos que, por cada trabalhador abrangido pela medida, estão em causa menos de 24 cêntimos por dia de diferença entre ter ou não ter a polémica redução da TSU, dificilmente se compreende todo este afinco e algazarra.

Não estaremos perante um aproveitamento político das dificuldades reais das muito pequenas empresas (que são esmagadas por todos os lados, mas não certamente por estes 24 cêntimos) feito pelas confederações patronais, com objectivos de um alcance mais vasto, pensando mais noutras realidades e muito pouco nestas micro-empresas?

Sem comentários: