E, como é sugerido no convite dos organizadores, vou levar uma bandeira. Mas, sabem uma coisa? Acontecimentos recentes no Parlamento deram-me uma vontade enorme (talvez anacrónica, reconheço) de levar esta bandeira.
Valerá a pena explicar porquê e espero que memórias tão antigas não contenham imprecisões.
É que fará em breve cinquenta anos que andava eu, neste mesmo local de Gaia onde começa a manifestação, a recolher assinaturas para legalizar este partido.
No dia 21 de Março de 1976, no 2º Congresso, fui eleito para a direcção nacional. Fomos chamados ao palco com o anúncio dos resultados da eleição; entre os novos dirigentes que subiram comigo ao palco estava o Maximino Barbosa de Sousa, o padre Max.
Menos de duas semanas depois, a 2 de Abril, a Assembleia Constituinte aprovava a Constituição, a magnífica Constituição da nova democracia, uma derrota histórica das forças reaccionárias, o enterro formal do fascismo. E foi nesse dia de profunda alegria democrática que uma organização terrorista chamada MDLP fez explodir o padre Max e a camarada Maria de Lurdes Correia dentro do carro, perto de Vila Real.
Estou certo de que percebem que, com a eleição de um dos dirigentes máximos do MDLP para a vice-presidência da Assembleia da República, me tenha dado esta vontade súbita de marchar neste 25 de Abril com a bandeira que era a do Max e da Maria de Lurdes.
As comemorações do cinquentenário são também um momento de lembrar a história.
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