Publicado em: O Gaiense, 30 de Agosto de 2008
Fevereiro de 2008: Sarkozy escreve ao presidente do Kosovo dizendo que tem a honra de informar que a França, em pleno acordo com a declaração da União Europeia, reconhece o Kosovo como um Estado soberano e independente. A UE decide enviar uma missão, com um efectivo total previsto de 3000 pessoas e um orçamento de 205 milhões de euros para os primeiros 16 meses. Putin condena a proclamação de independência, considerando-a um horrível precedente contrário aos princípios de soberania e de integridade territorial da Sérvia, reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, e que faz voar em pedaços todo o sistema de relações internacionais existente. Compara esta declaração unilateral a um pau de dois bicos, anunciando que uma das extremidades vai um dia ser espetada na cara dos que a apoiam.
Agosto de 2008: Dmitri Medvedev anuncia que a Federação Russa aprovou o reconhecimento da Abkházia e da Ossétia do Sul como Estados soberanos e independentes. Uma missão russa é estacionada nos territórios. Sarkozy, presidente em exercício do Conselho da União Europeia, condena firmemente esta decisão, que considera contrária aos princípios de independência, de soberania e de integridade territorial da Geórgia, reconhecidos pela Carta das Nações Unidas.
Julho de 1914: O governo austro-húngaro, apoiado pelos seus aliados alemães, envia um ultimato à Sérvia, tradicional aliada da Rússia...
O lado bom da guerra
Publicado em: O Gaiense, 23 de Agosto de 2008
Os saudosos da guerra fria retiraram da arca congeladora velhos sentimentos e velhos argumentos, e alinham-se empenhados do lado bom da guerra.
Esta semana, na sede da NATO em Bruxelas, Condoleezza Rice falou dos ataques da Rússia à democracia da Geórgia e das intimidações às ex-repúblicas soviéticas como intentos de criação de uma nova cortina de ferro a dividir a Europa. Teme que as operações na Geórgia sejam apenas um treino de musculação das forças russas para outras intervenções e avisa que a presença de bombardeiros russos ao largo do Alaska é um jogo perigoso junto à costa de um território americano. É a arrogância imperial em fim de ciclo, para consumo externo e interno.
Do outro lado, a Rússia é apresentada como uma respeitável força de manutenção de paz, agindo no quadro do direito internacional. Lembram-se as atrocidades contra os ossetas cometidas nas últimas décadas por extremistas nacionalistas georgianos e referem-se as aventuras militares de Saakachvili contra a Ossétia do Sul como a continuação de uma hostilidade com raízes históricas profundas, acentuadas no início do século XX e após o desmoronamento da URSS. E lembra-se que a Rússia já tinha avisado que a independência do Kosovo era um precedente que teria consequências. Nos vizinhos da Rússia aumentam os receios e a sensação de insegurança.
Porém, o lado bom da guerra não é o da Geórgia e dos seus aliados ocidentais, como não é o da Rússia e seus defensores, um pouco por todo o mundo. A causa da paz, a boa posição nesta matéria, terá de ser construída contra os interesses estratégicos desses blocos, em defesa dos interesses das principais vítimas desta rivalidade.
Os saudosos da guerra fria retiraram da arca congeladora velhos sentimentos e velhos argumentos, e alinham-se empenhados do lado bom da guerra.
Esta semana, na sede da NATO em Bruxelas, Condoleezza Rice falou dos ataques da Rússia à democracia da Geórgia e das intimidações às ex-repúblicas soviéticas como intentos de criação de uma nova cortina de ferro a dividir a Europa. Teme que as operações na Geórgia sejam apenas um treino de musculação das forças russas para outras intervenções e avisa que a presença de bombardeiros russos ao largo do Alaska é um jogo perigoso junto à costa de um território americano. É a arrogância imperial em fim de ciclo, para consumo externo e interno.
Do outro lado, a Rússia é apresentada como uma respeitável força de manutenção de paz, agindo no quadro do direito internacional. Lembram-se as atrocidades contra os ossetas cometidas nas últimas décadas por extremistas nacionalistas georgianos e referem-se as aventuras militares de Saakachvili contra a Ossétia do Sul como a continuação de uma hostilidade com raízes históricas profundas, acentuadas no início do século XX e após o desmoronamento da URSS. E lembra-se que a Rússia já tinha avisado que a independência do Kosovo era um precedente que teria consequências. Nos vizinhos da Rússia aumentam os receios e a sensação de insegurança.
Porém, o lado bom da guerra não é o da Geórgia e dos seus aliados ocidentais, como não é o da Rússia e seus defensores, um pouco por todo o mundo. A causa da paz, a boa posição nesta matéria, terá de ser construída contra os interesses estratégicos desses blocos, em defesa dos interesses das principais vítimas desta rivalidade.
Sarkozix – o dia em que o céu lhe caiu na cabeça
Fotos: PE
Publicado em: O Gaiense, 15 de Agosto de 2008
Na aldeia de Asterix, os indomáveis guerreiros, que não temiam nada nem ninguém, tinham contudo um profundo receio: que um dia o céu lhes caísse na cabeça. Passaram vinte séculos sem que a catásfrofe ocorresse. Mas, numa calma tarde de Agosto do ano de MMVIII, na importante cidade gaulesa de Strasbourg, caiu o tecto da grande sala onde, doze vezes por ano, vindos das 27 longínquas aldeias da União, se reunem 785 druídas da política no grande conclave do Parlamento Europeu. O poderoso deus Toutatis foi clemente na sua fúria: o castigo não causou mortos nem feridos porque a sala estava vazia. Mas o aviso ficou. Em Lutécia, o grande chefe Sarkozix ficou preocupado com o augúrio e com a má imagem que este incidente pode dar à sua presidência semestral.
Até porque há quem considere que o desabar do grande tecto é uma excelente metáfora das dificuldades trazidas à arquitectura institucional da União pela recente revolta das tribos da Irlanda contra o Tratado de Olissipo. Outros consideram-no um sinal dos céus para que o Parlamento acabe com a sua migração mensal de Bruxelas até Strasbourg para a cerimónia ritual do plenário.
Enquanto tentam a todo o custo calar os bardos que teimam em cantar o evento, os grandes chefes europeus procuram uma nova poção mágica que os possa salvar das inúmeras dificuldades em que se meteram. Desta vez aliados ao novo imperador de Roma, que está a começar a incendiar a península itálica. O tradicional banquete de encerramento da aventura está, por ora, adiado.
Nuestro comissário europeu?
Publicado em: O Gaiense, 9 de Agosto de 2008
Hoje, todos os Estados-Membros da UE têm um comissário europeu. Uma das alterações previstas no defunto Tratado de Lisboa seria a redução do número de membros da Comissão Europeia, acabando para um terço dos Estados o “privilégio” de ter uma voz no executivo europeu. Com o chumbo do Tratado o problema fica resolvido? Talvez não, porque o que está previsto no Tratado actualmente em vigor é que “a Comissão é composta por um nacional de cada Estado-Membro”, mas também que “o número de membros da Comissão pode ser modificado pelo Conselho, deliberando por unanimidade”.
Sarkozy, o presidente francês, sugere agora que o assunto se resolva através da partilha de um mesmo comissário por países de cultura e língua semelhantes.
Os primeiros a reagir foram os austríacos, que falam a língua e partilham a cultura e a história da sua vizinha Alemanha e que, dada a diferença de dimensão e de peso político dos dois países no contexto europeu, já estavam a ver a sua vida a andar para trás, prevendo que o seu “grupo” nunca deixaria de ser representado no colégio de comissários por um alemão. Ou alguém imagina a Comissão Europeia sem um alemão?
Nós seríamos certamente incluídos por Sarkozy no grupo dos hispânicos, dos ibéricos, ou das tribos transpirinaicas... E decidiríamos sobre nuestro comissário nos salões da Moncloa.
Foi mais uma brilhante saída de Sarkozy no seu melhor. Ou é a silly season no seu melhor? Talvez silly Sarkozy no seu melhor.
Hoje, todos os Estados-Membros da UE têm um comissário europeu. Uma das alterações previstas no defunto Tratado de Lisboa seria a redução do número de membros da Comissão Europeia, acabando para um terço dos Estados o “privilégio” de ter uma voz no executivo europeu. Com o chumbo do Tratado o problema fica resolvido? Talvez não, porque o que está previsto no Tratado actualmente em vigor é que “a Comissão é composta por um nacional de cada Estado-Membro”, mas também que “o número de membros da Comissão pode ser modificado pelo Conselho, deliberando por unanimidade”.
Sarkozy, o presidente francês, sugere agora que o assunto se resolva através da partilha de um mesmo comissário por países de cultura e língua semelhantes.
Os primeiros a reagir foram os austríacos, que falam a língua e partilham a cultura e a história da sua vizinha Alemanha e que, dada a diferença de dimensão e de peso político dos dois países no contexto europeu, já estavam a ver a sua vida a andar para trás, prevendo que o seu “grupo” nunca deixaria de ser representado no colégio de comissários por um alemão. Ou alguém imagina a Comissão Europeia sem um alemão?
Nós seríamos certamente incluídos por Sarkozy no grupo dos hispânicos, dos ibéricos, ou das tribos transpirinaicas... E decidiríamos sobre nuestro comissário nos salões da Moncloa.
Foi mais uma brilhante saída de Sarkozy no seu melhor. Ou é a silly season no seu melhor? Talvez silly Sarkozy no seu melhor.
OMC – países mais pobres recusam pressões
Publicado em: O Gaiense, 2 de Agosto de 2008
As negociações do ciclo de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram esta semana a um impasse por falta de acordo sobre os mecanismos especiais de salvaguarda dos agricultores mais pobres. Os representantes dos 153 países membros, reunidos em Génova, tentavam concluir um processo negocial que dura desde 2001. Esta era a última oportunidade de chegar a um acordo sobre a liberalização do comércio mundial proposto (imposto?) pelas grandes potências – o mandato dos representantes dos EUA acaba agora.
Se as propostas dos países mais ricos fossem aprovadas, teriam profundos impactes negativos nos países em desenvolvimento. Até o Banco Mundial considerou que o aumento de desemprego, a perda de rendimentos estatais dos países mais pobres e as limitações à sua liberdade para definir políticas económicas e sociais, ultrapassariam largamente os supostos benefícios das politicas comerciais propostas.
As multinacionais do sector alimentar e da agro-indústria apostavam forte na proibição da protecção dos pequenos agricultores e das culturas e produtos locais e no fim do conceito de soberania alimentar. A UE propunha ligeiras concessões no campo agrícola em troca da redução de tarifas aduaneiras e de restrições à entrada dos produtos industriais e serviços dos exportadores e financeiros europeus, o que foi visto por alguns países em desenvolvimento como uma sentença de morte para as suas frágeis indústrias e serviços.
O bloqueio das negociações foi uma vitória parcial que abre espaço para discutir uma nova politica comercial global que seja motor de um desenvolvimento equilibrado e não factor de mais desigualdade e exploração.
As negociações do ciclo de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram esta semana a um impasse por falta de acordo sobre os mecanismos especiais de salvaguarda dos agricultores mais pobres. Os representantes dos 153 países membros, reunidos em Génova, tentavam concluir um processo negocial que dura desde 2001. Esta era a última oportunidade de chegar a um acordo sobre a liberalização do comércio mundial proposto (imposto?) pelas grandes potências – o mandato dos representantes dos EUA acaba agora.
Se as propostas dos países mais ricos fossem aprovadas, teriam profundos impactes negativos nos países em desenvolvimento. Até o Banco Mundial considerou que o aumento de desemprego, a perda de rendimentos estatais dos países mais pobres e as limitações à sua liberdade para definir políticas económicas e sociais, ultrapassariam largamente os supostos benefícios das politicas comerciais propostas.
As multinacionais do sector alimentar e da agro-indústria apostavam forte na proibição da protecção dos pequenos agricultores e das culturas e produtos locais e no fim do conceito de soberania alimentar. A UE propunha ligeiras concessões no campo agrícola em troca da redução de tarifas aduaneiras e de restrições à entrada dos produtos industriais e serviços dos exportadores e financeiros europeus, o que foi visto por alguns países em desenvolvimento como uma sentença de morte para as suas frágeis indústrias e serviços.
O bloqueio das negociações foi uma vitória parcial que abre espaço para discutir uma nova politica comercial global que seja motor de um desenvolvimento equilibrado e não factor de mais desigualdade e exploração.
Pedofilia e misoginia
Publicado em: O Gaiense, 26 de Julho de 2008
Na Austrália, o Papa Bento XVI pediu desculpa às inúmeras vítimas dos crimes de pedofilia praticados por padres e bispos da Igreja Católica daquele país. Já tinha apresentado idênticas desculpas em anterior visita aos Estados Unidos da América, onde esta acção criminosa do clero tinha também alastrado de forma assustadora. Nos mesmos EUA onde esta semana se realizou a ordenação de três mulheres como sacerdotes católicas. Não serão reconhecidas pelo Vaticano e arriscam mesmo a excomunhão, já que o machismo fundamentalista dos duros do Vaticano mantém um bloqueio irredutível, absolutamente fora do espírito do nosso tempo. É um sinal forte de uma ideologia em rápido processo de obsolescência, gerindo uma instituição que resiste à mudança, em claro contraste com a mensagem de coragem transformadora e de amor universal que lhe deu origem.
No entanto, a abertura do sacerdócio e da hierarquia da Igreja Católica à participação das mulheres, para além de ser fundamentalmente um acto de elementar justiça, poderia ter como efeito imediato a redução da quantidade de crimes de abuso sexual de crianças nas igrejas. Mas nem esse problema, que pelos vistos tanto aflige o Santo Padre, parece pesar na decisão. Só homens, ainda por cima homens sem família constituída e com voto formal de eterna castidade, poderão continuar a dirigir os destinos das paróquias e das dioceses.
O que é estranho é que esta igreja de homens, que considera as mulheres indignas de exercer as funções de padre ou de bispo, continue a ser frequentada maioritariamente por mulheres.
Na Austrália, o Papa Bento XVI pediu desculpa às inúmeras vítimas dos crimes de pedofilia praticados por padres e bispos da Igreja Católica daquele país. Já tinha apresentado idênticas desculpas em anterior visita aos Estados Unidos da América, onde esta acção criminosa do clero tinha também alastrado de forma assustadora. Nos mesmos EUA onde esta semana se realizou a ordenação de três mulheres como sacerdotes católicas. Não serão reconhecidas pelo Vaticano e arriscam mesmo a excomunhão, já que o machismo fundamentalista dos duros do Vaticano mantém um bloqueio irredutível, absolutamente fora do espírito do nosso tempo. É um sinal forte de uma ideologia em rápido processo de obsolescência, gerindo uma instituição que resiste à mudança, em claro contraste com a mensagem de coragem transformadora e de amor universal que lhe deu origem.
No entanto, a abertura do sacerdócio e da hierarquia da Igreja Católica à participação das mulheres, para além de ser fundamentalmente um acto de elementar justiça, poderia ter como efeito imediato a redução da quantidade de crimes de abuso sexual de crianças nas igrejas. Mas nem esse problema, que pelos vistos tanto aflige o Santo Padre, parece pesar na decisão. Só homens, ainda por cima homens sem família constituída e com voto formal de eterna castidade, poderão continuar a dirigir os destinos das paróquias e das dioceses.
O que é estranho é que esta igreja de homens, que considera as mulheres indignas de exercer as funções de padre ou de bispo, continue a ser frequentada maioritariamente por mulheres.
G8: polícias condenados a prisão, finalmente!
Publicado em: O Gaiense, 19 de Julho de 2008
Em 2001, o G8 reuniu em Génova. Como sempre acontece quando os mais poderosos do planeta se juntam para definir as suas prioridades, organizaram-se, de forma legal, enormes manifestações reunindo as mais variadas causas, de todos os sectores que têm razões de queixa da forma como aqueles 8 governam o mundo.
O governo e a polícia de Itália desencadearam, à margem da lei, uma violentíssima acção de ataque a todas as organizações envolvidas na manifestação. Agora, a justiça italiana acaba de condenar 15 responsáveis das forças da "ordem" a penas de prisão. No total, os acusados eram 45, mas 30 foram, para já, absolvidos. No entanto, devido aos recursos que vão ser apresentados, ainda não é claro o desfecho do processo.
Quando recebi esta notícia, o meu pensamento dirigiu-se inteiro para Haidi Giuliani, a mãe do jovem Carlo, de 23 anos, que em Génova foi alvejado com um tiro na cara disparado a menos de dois metros e, depois de caído no chão, atropelado duas vezes por um jipe da polícia, acabando por morrer. Mas os assassinos foram protegidos por juízes cúmplices e nem sequer chegaram a julgamento. Haidi é uma mulher de estatura pequena e espírito elevado. Conheci-a em Atenas, onde partilhámos a mesa de uma conferência no Fórum Social Europeu. A impressão com que fiquei desse convívio, foi de que ela nos passou a considerar, a todos os que partilhamos as causas do seu Carlo, como filhos adoptivos. Haidi perdeu um filho da maneira mais cruel, e assumiu então como sua a enorme família dos que lutam por um mundo mais justo. O tribunal de Génova trouxe-lhe agora uma boa notícia, mas não ainda aquela que ela esperava.
Em 2001, o G8 reuniu em Génova. Como sempre acontece quando os mais poderosos do planeta se juntam para definir as suas prioridades, organizaram-se, de forma legal, enormes manifestações reunindo as mais variadas causas, de todos os sectores que têm razões de queixa da forma como aqueles 8 governam o mundo.
O governo e a polícia de Itália desencadearam, à margem da lei, uma violentíssima acção de ataque a todas as organizações envolvidas na manifestação. Agora, a justiça italiana acaba de condenar 15 responsáveis das forças da "ordem" a penas de prisão. No total, os acusados eram 45, mas 30 foram, para já, absolvidos. No entanto, devido aos recursos que vão ser apresentados, ainda não é claro o desfecho do processo.
Quando recebi esta notícia, o meu pensamento dirigiu-se inteiro para Haidi Giuliani, a mãe do jovem Carlo, de 23 anos, que em Génova foi alvejado com um tiro na cara disparado a menos de dois metros e, depois de caído no chão, atropelado duas vezes por um jipe da polícia, acabando por morrer. Mas os assassinos foram protegidos por juízes cúmplices e nem sequer chegaram a julgamento. Haidi é uma mulher de estatura pequena e espírito elevado. Conheci-a em Atenas, onde partilhámos a mesa de uma conferência no Fórum Social Europeu. A impressão com que fiquei desse convívio, foi de que ela nos passou a considerar, a todos os que partilhamos as causas do seu Carlo, como filhos adoptivos. Haidi perdeu um filho da maneira mais cruel, e assumiu então como sua a enorme família dos que lutam por um mundo mais justo. O tribunal de Génova trouxe-lhe agora uma boa notícia, mas não ainda aquela que ela esperava.
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