Publicado em: O Gaiense, 9 de Agosto de 2008
Hoje, todos os Estados-Membros da UE têm um comissário europeu. Uma das alterações previstas no defunto Tratado de Lisboa seria a redução do número de membros da Comissão Europeia, acabando para um terço dos Estados o “privilégio” de ter uma voz no executivo europeu. Com o chumbo do Tratado o problema fica resolvido? Talvez não, porque o que está previsto no Tratado actualmente em vigor é que “a Comissão é composta por um nacional de cada Estado-Membro”, mas também que “o número de membros da Comissão pode ser modificado pelo Conselho, deliberando por unanimidade”.
Sarkozy, o presidente francês, sugere agora que o assunto se resolva através da partilha de um mesmo comissário por países de cultura e língua semelhantes.
Os primeiros a reagir foram os austríacos, que falam a língua e partilham a cultura e a história da sua vizinha Alemanha e que, dada a diferença de dimensão e de peso político dos dois países no contexto europeu, já estavam a ver a sua vida a andar para trás, prevendo que o seu “grupo” nunca deixaria de ser representado no colégio de comissários por um alemão. Ou alguém imagina a Comissão Europeia sem um alemão?
Nós seríamos certamente incluídos por Sarkozy no grupo dos hispânicos, dos ibéricos, ou das tribos transpirinaicas... E decidiríamos sobre nuestro comissário nos salões da Moncloa.
Foi mais uma brilhante saída de Sarkozy no seu melhor. Ou é a silly season no seu melhor? Talvez silly Sarkozy no seu melhor.
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