Publicado em: O Gaiense, 12 de Maio de 2012
As eleições realizadas no passado domingo em vários países europeus, e muito especialmente na França de Hollande e na Grécia de Alexis Tsipras, podem ter um impacto enorme na vida quotidiana dos portugueses.
Quando um grande país central da UE elege um Presidente que afirmou que o seu verdadeiro adversário é o mundo da finança que nos governa sem ser eleito e faz uma campanha centrada na recusa da política de desigualdade e austeridade, imposta na Europa pelo seu antecessor e por Angela Merkel, isso tem tudo a ver com a nossa vida.
Quando, no arruinado país que é a principal vítima dessas políticas, o povo recusa estrondosamente o apoio aos partidos da troika, irmãos gémeos dos partidos que a mesma troika tem usado para nos governar, isso tem tudo a ver com a nossa vida.
Muitos portugueses ficaram esta semana a conhecer, pela TV e pela imprensa, o jovem presidente da Syriza que, no mar revolto da política grega, ousou enfrentar o mostrengo da troika dizendo: “Aqui ao leme sou mais do que eu, sou um Povo que quer o mar que é teu.”
Cada um à sua maneira, os povos da França e da Grécia mostraram-nos que o Adamastor da inevitabilidade é um apenas um mito cuja força reside nos nossos medos, e que está ao nosso alcance transformar este cabo das Tormentas num cabo da Boa Esperança. O apelo foi lançado. O exemplo está dado. O resto é connosco.
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