Publicado em: O Gaiense, 22 de Novembro de 2008
No passado fim-de-semana, 19 líderes dos países mais ricos do mundo reuniram com o que resta do presidente dos EUA: um cadáver político sem autoridade democrática e muito menos autoridade moral para falar sobre esta crise. Mas que, ainda assim, conseguiu bloquear a decisão de se enveredar por uma maior coordenação global. E só não bloqueou uma mudança de rumo mais profunda porque, à volta da mesa, ninguém pareceu verdadeiramente interessado em propô-la.
Com os EUA e a UE acusando as maiores dificuldades, foram a China, o Japão e a Arábia Saudita que apareceram como os mais prováveis candidatos a ajudar nas situações mais graves. E a Índia fez ouvir a sua voz, sublinhando que as maiores vítimas desta crise serão os países emergentes, que menos contribuíram para as suas causas.
A reunião realizou-se no país que provocou a crise, tendo como anfitrião o seu maior responsável político e ideológico. O que já era, à partida, um sinal preocupante. Na opinião da generalidade dos comentadores, o resultado final só não foi decepcionante porque era mais do que previsível. Reafirmou-se a fé nos princípios do mercado e da concorrência, na liberdade de comércio e investimento. E afirmou-se que é preciso evitar o excesso de regulação, que poderia contrair os fluxos de capitais. Como se diz por cá: o mais cego é o que não quer ver.
Marcaram um segundo encontro para 30 de Abril, dessa vez já como G20 e não como G19+1. Veremos então como avaliam os resultados das parcas medidas agora tomadas.
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