Publicado em: O Gaiense
Após cinco anos de crise, a pobreza e o desemprego na UE (19 milhões de desempregados registados) são os mais elevados dos últimos 20 anos. Num longo estudo de 469 páginas feito pela Comissão Europeia, reconhece-se que a crise está a agravar as diferenças entre Estados-Membros e dentro dos Estados-Membros.
Constata-se ainda que a uma maior despesa com o chamado Estado social não corresponde uma maior dívida pública. O estudo mostra como uma proteção social forte e condições laborais razoáveis melhoram substancialmente os índices de pobreza. Pelo contrário, a redução dos direitos sociais de milhões de europeus está a aprofundar o fosso entre ricos e pobres. O relatório mostra que foi nos países onde há um salário mínimo mais elevado que os trabalhadores não especializados sofreram menos despedimentos.
"A maioria dos sistemas de proteção social estão a perder a sua capacidade de proteger as famílias dos efeitos da crise. Sem um investimento social imediato, assistiremos a um declínio do nosso potencial económico e a muito maiores custos sociais" - disse o Comissário responsável pelo estudo, o húngaro László Andor.
Outro estudo, realizado por um banco, mostra que um em cada três europeus não tem qualquer tipo de poupança. Dos outros, os que conseguiram amealhar algum dinheiro, cerca de metade (em Espanha e em Itália, por exemplo) está a usar as poupanças para sobreviver aos cortes e à austeridade. Mas muitos afirmam que as poupanças não lhes darão para levar a sua vida normal mais de três meses.
Os europeus precisam urgentemente de mudar de vida. Para isso, não poderão continuar a trilhar o mesmo caminho que os conduziu até aqui.
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