Europeus preparam acção concertada contra a política da crise
Publicado em: O Gaiense, 17 de Julho de 2010
Esta semana reuniu em Bruxelas o Conselho de Presidentes do partido da Esquerda Europeia, que realçou a necessidade de empenhamento global na grande jornada europeia de protesto em defesa dos sistemas de Segurança Social, do emprego e contra o ataque aos salários, convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos para o dia 29 de Setembro, e que já teve em Portugal o apoio da CGTP.
A Esquerda Europeia sublinha que a crise, apesar de ser económica e financeira, só poderá ter uma saída política, e afirma todo o seu empenho nesta luta enquanto partido europeu, já que são as actuais decisões políticas europeias e nacionais que estão a bloquear uma saída da crise favorável às populações. A cooperação entre partidos, sindicatos e os diferentes tipos de movimentos sociais é uma condição indispensável para uma resposta eficaz aos problemas que hoje enfrentam os povos da Europa.
O papel dos partidos europeus tenderá assim a acentuar-se. Se se considera que não há democracia sem partidos, então poderá também afirmar-se que não haverá democracia europeia sem partidos europeus. Esta é uma questão nova, sem dúvida, mas, da direita à esquerda, os partidos europeus vão-se consolidando e ganhando um papel crescente no xadrez político do continente. Apesar de serem apoiados institucional e financeiramente pela União Europeia, os partidos europeus podem assumir um carácter continental, estendendo-se para além das fronteiras da União.
É o caso do partido da Esquerda Europeia, essencialmente um partido de partidos (embora algumas adesões individuais sejam também aceites), que é constituído hoje por 25 membros efectivos e por 10 partidos observadores, que se estende de Portugal à Bielorrússia, da Finlândia até à Turquia. As naturais diferenças existentes entre partidos com histórias tão diferentes ficam em segundo plano face ao reconhecimento de que os problemas sentidos pelos diferentes povos são muito semelhantes, de que têm uma origem comum e um mesmo adversário cuja actuação global a todos afecta.
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