Alfredo Ribeiro dos Santos
O Porto e o país perderam dois homens que são símbolos proeminentes da riqueza cívica e intelectual portuense.
Muito se tem publicado sobre a rica biografia científica, cultural e política destes dois médicos, cidadãos no pleno sentido da palavra.
Para mim, foram dois amigos mais velhos, que me habituei a apreciar e respeitar. Permitam-me que recorde aqui duas associações que criaram e em que tive o prazer e a honra de colaborar com eles.
Com Alfredo Ribeiro dos Santos, participei na fundação da associação "A Arte e a Vida", que constituímos sob a sua liderança com o objectivo de homenagear mestre Guilherme Camarinha, logo após a morte deste em 1994. Reuníamos regularmente no Ateneu e deste trabalho resultou, oito anos depois, em 2002, a edição de um livro que recolhe o fundamental da sua extensa obra no campo da pintura e sobretudo da tapeçaria e uma grande exposição retrospectiva no Museu Nacional de Soares dos Reis.
Com Nuno Grande, e após a campanha presidencial de Maria de Lurdes Pintasilgo de 1986, que teve Nuno Grande como mandatário nacional, participei na fundação da "APRIL - Associação Política Regional e de Intervenção Local", da qual Nuno Grande foi o presidente e principal animador durante muitos anos de intensa actividade. O que representou esta associação no panorama difícil da política portuense e portuguesa durante a década do cavaquismo triunfante está ainda longe de estar avaliado e devidamente valorizado. Nuno Grande foi, para muitos, uma figura de referência da esquerda alternativa que manteve viva a resistência às políticas e à cultura da direita que então varreram o país.
Nuno Grande
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