Publicado em: O Gaiense, 3 de Dezembro de 2011
Nesta sexta-feira, a capital da União Europeia esteve praticamente paralisada. As confederações sindicais saíram à rua para afirmar que a austeridade cega que querem impor aos trabalhadores belgas não é uma fatalidade, só vai agravar a crise, e que há alternativas para lutar contra o défice.
Dizem e repetem: a factura da crise não deve ser paga pelos mais fracos e ainda menos pelas gerações futuras. O que é preciso é investir no relançamento da economia em bases duráveis e ir buscar o dinheiro a quem o tem, lutando contra a fraude fiscal e taxando as grandes fortunas, os lucros do capital, as transações financeiras e a especulação que parasita a economia, em vez de empobrecer ainda mais os desempregados, transformar os pré-reformados em desempregados e os funcionários em pessoas à procura de emprego. É também preciso - dizem os belgas - reforçar os serviços públicos e o sector social, porque estes sectores têm um efeito redistributivo.
É bom que os portugueses saibam que no centro “rico” da Europa os trabalhadores lutam pelos mesmos objectivos do que eles: estas exigências que ecoam hoje nas ruas de Bruxelas são iguais às que se têm ouvido nas ruas de Portugal. Elas partem de uma frente comum das grandes centrais sindicais que incluem a FGTB, situada mais à esquerda, a CSC, a confederação de sindicatos cristãos e a CGSLB, a central sindical liberal. Unidos para tentar que a voz de quem trabalha se faça ouvir mais forte do que a voz dos interesses do capital, até mesmo nesta capital onde eles costumam reinar.
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