Publicado em: O Gaiense, 24 de Maio de 2008
O debate aqueceu no plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, na sequência dos acontecimentos recentemente registados em Itália com cidadãos ciganos (romanichéis). Em Nápoles e Roma ocorreu uma série de ataques, acampamentos foram incendiados, grupos armados perseguiram os membros destas comunidades. A televisão entrou nesta campanha com um aumento da percentagem do tempo de informação dedicado a denunciar crimes em geral, que passou de 10 para 24%, alimentando uma psicose de medo entre a população. Mas alguns jornais denunciaram uma aliança entre políticos xenófobos e interesses mafiosos, nomeadamente imobiliários.
Um eurodeputado italiano de um partido pró-Mussolini propôs "que a UE promova a criação de um Estado cigano, talvez numa área do Leste europeu; terminaria a sua diáspora, melhoraria a sua qualidade de vida e segurança e, finalmente, também a nossa."
"Uma proposta pouco original – respondeu outro italiano – criar um Estado onde se confinem todos os cidadãos de etnia cigana já foi proposto por Goebbels nos anos 30 na Alemanha nazi e sabemos como eles acabaram nos fornos crematórios."
O Parlamento reagiu à situação em Itália fazendo uma série de recomendações para melhorar a aplicação da legislação antidiscriminatória na UE, sublinhando que os Estados-Membros devem assegurar que as vítimas disponham automaticamente de assistência em processos judiciais, se necessário através de fundos públicos, recomendando que se assegure a capacidade das associações e outras organizações de intentarem acções judiciais com vista à aplicação das directivas antidiscriminação.
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