Brasília goza este ano um Carnaval muito especial: o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, acaba de ser preso e, em vez de presidir aos desfiles, vai ficar a dançar samba sózinho no calabouço deste quartel da Superintendência da Polícia Federal.
Vítima da operação Caixa de Pandora, o governador e outros políticos próximos dele foram literalmente apanhados com a mão na massa por uma câmara oculta, distribuindo maços de notas pelos bolsos, carteiras e mesmo nas meias. O Governador estará ainda envolvido no suborno à testemunha fundamental de um esquema de corrupção conhecido como Mensalão do Brasília. Arruda é apontado como chefe do esquema.
O vice-governador está agora a exercer o cargo interinamente, mas sobre ele recaiem já quatro processos de impeachment por actos de corrupção. Vários deputados estão também envolvidos. Há dúvidas sobre quem poderá vir a presidir às comemorações do cinquentenário da cidade no próximo mês de Abril.
Numa situação destas, Arruda é verdadeiramente o rei do Carnaval ou, melhor dizendo, o bombo da festa. Muitas notas facsímile foram impressas para ornamentar os disfarces. Alguns sambam vestidos de prisioneiros homenageando o Governador, sempre com as notas a acompanhar, ao lado, é claro, da famosa socialite com quem é casado.
O nome de Arruda está impresso em t-shirts e faixas com os mais variados comentários. A corrupção e a luta contra ela é o grande tema do Carnaval de Brasília.
Desfilando na avenida, as freiras e anjas são mais sexies do que habitualmente.
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