Horizonte 2020




Publicado em: O Gaiense, 28 de Janeiro de 2012
Começou esta semana no Parlamento Europeu o debate sobre o novo Programa-Quadro de Investigação e Inovação da UE para o período de 2014 a 2020, a que se chamou Horizonte 2020. É um programa que vem, genericamente, substituir o actual 7º Programa Quadro, que termina em 2013. Está ainda muita coisa em aberto e não é de mais realçar a importância que a decisão final terá para a investigação no nosso país, cuja amplitude e dinâmica em muito dependem dos fundos e programas europeus. O diabo pode estar em alguns detalhes.


A dotação financeira proposta pela Comissão é de 87 740 milhões de euros; haverá propostas para que suba para 100 mil milhões, mas tudo dependerá do acordo final sobre as perspectivas financeiras da União, que está longe de ser alcançado. Pode parecer bastante — e é certamente —, porém este montante representa um investimento por investigador quase três vezes inferior ao que fazem os EUA. Talvez por isso muitos cientistas portugueses e europeus procurem aí as condições para realizar o seu trabalho, contribuindo para que os EUA produzam duas vezes mais documentos científicos influentes do que a UE, as universidades americanas predominem nos lugares de topo mundial e nos EUA se encontrem 70% dos Prémios Nobel.


Na sua proposta, a Comissão realça a importância da investigação científica para a Europa “evoluir para um novo modelo económico baseado num crescimento inteligente, sustentável e inclusivo”. Parece bem, mas para isso o sentido das políticas da UE precisa de ser radicalmente invertido, já que a política actual nem tem trazido crescimento, nem tem sido inteligente, todos os indicadores mostram que não é sustentável e a inclusão social tem-se reduzido dramaticamente todos os anos.




[ Pode consultar os documentos oficiais em português e noutras línguas aqui ]

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