Publicado em: O Gaiense, 23 de Junho de 2012
Poucos leitores conhecerão o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). Foi criado em 2008 com o objectivo de responder aos desafios societais através da inovação no triângulo do conhecimento – investigação, educação e inovação – materializada em Comunidades de Conhecimento e Inovação, parcerias altamente integradas de universidades, centros de investigação, empresas e outros agentes de inovação, em torno de temas específicos. O êxito desta experiência levou a que, nos programas da UE para o novo período 2014-2020, actualmente em fase de decisão, a Comissão Barroso tenha proposto um significativo aumento da dotação orçamental do EIT de 309 para 3182 milhões de euros.
A relatora do Parlamento Europeu (PE) para a definição da nova Agenda Estratégica do Instituto, que começou esta semana a ser discutida no PE, é a deputada portuguesa Marisa Matias. De entre as suas propostas, a que tem provocado maior debate é a hipótese de transferir para o EIT o edifício do PE em Estrasburgo, que está absolutamente vazio durante 27 dias por mês, no que se tornou um símbolo maior do absurdo na política europeia e do mau uso do dinheiro dos contribuintes.
Ver aquele edifício magnífico, pleno de condições, todos os dias cheio de investigadores e estudantes, as grandes salas animadas por conferências sobre tecnologia e ciência, seria um sinal de uma UE finalmente apostada em coisas que valem a pena, e ainda por cima sem custos adicionais, porque o edifício já existe, já o pagámos, poderia finalmente servir para alguma coisa. Terão os políticos europeus o bom-senso e a coragem para dar esse passo?
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