Meeting international - Paris 30/01/2015




Ensemble! vous convie à un meeting international
vendredi 30 janvier - 19 heures

Bourse du travail, 1 place de la Libération, Bobigny. (Tramway T1, arrêt Libération)


Entre défis démocratiques et alternative, 
quel avenir pour les peuples?

Avec

Natasha Theodorapoulou, Syriza (Grèce)

Renato Soeiro, Bloco de Esquerda (Portugal)

Fathi Chamkhi, député du Front Populaire (Tunisie)

Barbara Spinelli, Altra Europa, (Italie)

Jose Calderon, Podemos (Espagne)

Marie Christine Vergiat, députée européenne Front de Gauche

Éric Coquerel, coordinateur général du PG

Pierre Laurent, secrétaire national du PCF

Clémentine Autain et Myriam Martin, porte-parole d’Ensemble!


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O meeting realizou-se num espaço fantástico, obra do Óscar Niemeyer dos anos 70.













Carta aos e às portuguesas que já gostam do Syriza






Carta aos e às portuguesas que já gostam do Syriza




Renato Soeiro

28 de Janeiro de 2015



Em Portugal, como nos outros países, estamos a receber uma permanente avalanche de informação sobre o Syriza, o programa do Syriza, os ministros do Syriza, sobre as medidas e as posições do novo governo. A atenção do público normalmente pouco interessado por este tipo de assuntos está a ser ganha e isso é já altamente positivo e de enorme relevância. Mas há algo de mais profundo nesse aumento exponencial da quantidade de informação e de debates sobre a Grécia.

Mais importante é a possibilidade de assistirmos a uma alteração qualitativa na percepção que o povo português até hoje tem tido sobre o que é a esquerda e o que pode ser um governo de esquerda.

Porque falar-se nos órgãos de comunicação de grande audiência de cada uma das sucessivas medidas muito concretas que vão sendo aplicadas pelo novo governo vai ter mais impacto do que poderá ter tido falar-se mil vezes das propostas exactamente iguais a essas medidas que têm sido apresentadas há anos pelas forças da esquerda do nosso país.

Que efeito poderá ter no público mais vasto esta demonstração prática de que afinal é possível fazer diferente ou fazer o oposto daquilo que tem vindo a ser feito por cá e que nos foi sempre apresentado como uma inevitabilidade sem alternativa? De ver que é possível confrontar os arrogantes poderes europeus e dos mercados, de assistir à transformação da forma como estes vão reagindo ao confronto?

Assistir diariamente ao funcionamento na prática desta política alternativa pode vir a criar um ambiente político totalmente novo no nosso país. Temos de ter plena consciência de que no dia 25 de Janeiro a Europa entrou num novo ciclo político. O combate da esquerda também. O centro das atenções deslocou-se para um terreno que nos é muito mais favorável.

Esta oportunidade verdadeiramente histórica traz consigo uma nova e imensa responsabilidade para todos os e as portuguesas que hoje já gostam do Syriza e que desejam uma transformação profunda e progressista da política portuguesa.

Seria um erro grosseiro não entender esta mudança de fase e continuar a fazer política como antes. Num momento em que se espera que o campo dos portugueses que simpatizam com o governo Syriza ganhe todos os dias mais e mais adeptos, seria trágico começar a fazer ataques e disputas mesquinhas contra quem chega, em nome de uma pretensa superioridade moral e política de quem sempre cá esteve. Essa é a receita do velho sectarismo dos pequenos grupos que nunca conseguiram mudar nada na vida concreta do povo que juram defender.

Porque o campo dos simpatizantes de uma solução à Syriza para Portugal pode começar a ser potencialmente um campo maioritário. Para isso terá de conquistar o coração e a vontade de milhões de pessoas que sempre estiveram do outro lado, que sempre se opuseram ou pelo menos desprezaram este tipo de política. 

Essa mudança massiva de campo é que pode determinar a nova correlação de forças. Receber à pedrada, com desprezo ou com arrogância quem hesitantemente se for agora chegando a nós, seria o melhor serviço prestado a quem tem como objectivo acantonar a esquerda num pequeno e inútil reduto de coerentes fanáticos. Não lhes podemos dar essa prenda.

Se, em Portugal, houver pessoas, movimentos e partidos muito diferentes a apoiar as medidas do governo Syriza na Grécia, isso quer dizer que haverá pessoas, movimentos e partidos muito diferentes que podem apoiar um governo que faça essa política em Portugal.

Se em Portugal se gerar uma simpatia popular maioritária pelas medidas do governo grego, isso quer dizer que há uma base maioritária possível para apoio a um governo que promova o mesmo tipo de medidas em Portugal.

Essa é hoje a enorme responsabilidade dos e das portuguesas que já gostam do Syriza: aproveitar esta enorme janela de oportunidade para enfim transformarmos o nosso país. 

Vivemos um precioso e entusiasmante momento político como não nos era dado viver há várias décadas. Saberemos nós elevar o patamar da nossa intervenção para estarmos à altura deste momento?





Uma semana alucinante que está a mudar a Europa

Na quinta-feira, um grande comício final em Atenas.


First we take Athens, then we take Madrid.


Não esquecendo Portugal, claro.




Na sexta e sábado, tempo para dar um salto de Atenas até Barcelona, 
para participar no Forum da Europa do Sul
organizado pela esquerda e os verdes espanhóis com o Syriza
com o apoio do Partido da Esquerda Europeia e o Partido dos Verdes Europeus




Já de novo em Atenas, numa bela manhã de domingo...


... o stand da Nova Democracia não despertava o interesse dos atenienses.

O stand do Syriza viria a estar muito mais animado.





Nas mesas de voto, calma e ansiedade.

Ao fim da tarde, na sede do Syriza, acompanhavam-se em pormenor os resultados.


 Até ao momento da festa...


(uma noite eleitoral com uma vitória assim, 
comemorada ao som do Bella Ciao e da Internacional, 
não se via na Europa há muitos anos)



... e da grande festa.



Na segunda-feira, o rescaldo de uma semana alucinante.







Democracy: welcome home. / Democracia: bem-vinda a casa.



Democracy: welcome home. 
Democracia: bem-vinda a casa.

O povo grego, herdeiro directo daquele "demos" que há tantos séculos inventou a democracia, mostrou-nos hoje que afinal sempre é possível dobrar e vencer o invencível "arco" - o arco da troika, o arco da austeridade e da miséria, o denominado arco da governação, que mais não tem sido do que o arco do poder financeiro, o arco da corrupção e da chantagem.

Hoje, a democracia está de regresso a casa.
E é nesse seu histórico lugar de origem que está a recuperar forças para ir novamente em busca da Europa. Da nossa Europa, raptada por um Zeus matreiro disfarçado de touro de Wall Street, que os vários "demos" do continente terão em conjunto de conseguir resgatar.

A partir deste "dia inteiro e limpo, onde os gregos emergiram da noite e do silêncio e livres habitaram a substância do tempo", deste dia em que os impossíveis demostraram toda a sua realidade, nenhum povo terá mais a desculpa de considerar que tem de aceitar o inaceitável porque "não há alternativa".



A caminho da Grécia...


... para participar no grande comício de encerramento da campanha eleitoral do Syriza.