Publicado em: O Gaiense, 16 de Fevereiro de 2008
Na semana que agora finda, os Parlamentos Europeu e Nacionais discutiram a Estratégia de Lisboa.
Em 2000, em Lisboa, a União atribuiu-se um novo objectivo estratégico até 2010: tornar-se no espaço económico mais dinâmico e competitivo do mundo baseado no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social.
A meio do percurso, constituiu-se um grupo de alto nível para fazer uma avaliação intercalar. No seu relatório constatava uma "execução decepcionante", afirmando que "uma questão-chave foi a falta de acção política determinada".
Foi então revista a estratégia. Hoje, a menos de dois anos do fim do prazo, a UE não é o espaço económico mais dinâmico do mundo, questiona-se a sustentabilidade do seu modelo de crescimento, não há mais empregos e os que há não são melhores e a coesão social sofre uma forte erosão com o aumento do diferencial entre ricos e pobres e a naturalização da precariedade.
No entanto, agora já não há "falta de acção política determinada", que a temos tido abundante. Também não temos uma "execução decepcionante". Talvez o problema seja antes o de termos à frente da UE uma política decepcionante. Se assim é, a oportunidade para uma verdadeira revisão da estratégia de Lisboa ocorrerá precisamente no último ano do seu prazo, nas eleições europeias. Mas, serão os povos da Europa capazes de a fazer?
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