Publicado em: O Gaiense, 2 de Fevereiro de 2008
O Parlamento inglês tem estado a debater, de forma acalorada, o Tratado de Lisboa. Lá, como cá, há quem defenda o referendo e há quem defenda a ratificação parlamentar. O primeiro-ministro Gordon Brown está na primeira linha de defesa da ratificação parlamentar.
O problema é que no manifesto eleitoral com que o Labour ganhou as eleições se prometia o referendo. Agora, tanto Brown como o seu antecessor Tony Blair, defendem o contrário. São acusados de quebra de compromisso eleitoral e de terem medo de enfrentar uma opinião pública que é uma das mais eurocépticas da UE. No Reino Unido, as sondagens nunca foram muito reconfortantes para os defensores do Tratado, apesar dos diversos opt-outs com que este país se tem excluído de muitas decisões europeias, a mais chocante das quais terá sido a recusa da Carta dos Direitos Fundamentais, que o novo Tratado tornará juridicamente vinculativa.
Quando Sócrates disse no Parlamento que “fazer um referendo em Portugal teria implicações noutros países e agravaria os riscos de o Tratado nunca entrar em vigor” estava finalmente a apresentar o único verdadeiro fundamento da sua opção. Uma comovente "ética da responsabilidade" face a Gordon Brown e aos outros primeiros-ministros.
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